Sinais

Existe um visgo

que não se desfaz

Um nó que não folga

Um laço que não se rompe

Um verso que se molda

Aos múltiplos mútuos sinais

Não é prêmio nem castigo

É um fogo que consome

É um brilho que cega

É um cheiro que inebria

É um calor que irradia

É recuo e entrega

Eu fujo, tu me alcanças

Tu foges, eu te resgato com lanças

Somos ninho e passarinho

Em completo desalinho

Somos caça e caçador

Somos flor e beija-flor

Pedaços perdidos de carícia e carinho

Encaixe perfeito de medo e desejo...

E esse tempo que não passa

É uma dança de sedução

É um vício cor de poesia

É sol à noite, é lua de dia

É renúncia e rendição

É chuva que não estia

Doce cheiro de tentação

É a fome inesgotável do beijo

São as intenções escondidas

Em mal disfarçadas despedidas

São mãos que acenam e vão embora

Mas, a alma implora

que a outra alma não a deixe ir

É um desassossego na veia

É um alvoroço que se faz teia

Enredando-se na vontade

É não querer partir

É um desamantelo de saudade

De tudo que está por vir...

Ane Rose
Enviado por Ane Rose em 19/03/2013
Código do texto: T4197533
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