Rio insone
O rio torna-se desbotado,
cobre-se de tristeza
em noite sem lua,
escondendo sua beleza.
Rio: espelho do firmamento.
Pelos céus todo bordado.
Vai beijando os ventos
no seu leito debruçado.
É noite... Rio triste , barulhento.
Nem um pássaro te acena.
Meu pensar tão lento
de lembranças se envenena.
Rio: sonho do pajador.
Te bendigo neste abandono.
Meu pensar e minha dor,
minhas noites de sono.
Rio: que me fazes viver
contigo nesta poesia.
Quisera te entender
mas traz de volta a alegria.