Rio insone

O rio torna-se desbotado,

cobre-se de tristeza

em noite sem lua,

escondendo sua beleza.

Rio: espelho do firmamento.

Pelos céus todo bordado.

Vai beijando os ventos

no seu leito debruçado.

É noite... Rio triste , barulhento.

Nem um pássaro te acena.

Meu pensar tão lento

de lembranças se envenena.

Rio: sonho do pajador.

Te bendigo neste abandono.

Meu pensar e minha dor,

minhas noites de sono.

Rio: que me fazes viver

contigo nesta poesia.

Quisera te entender

mas traz de volta a alegria.

Helmuth da Rocha
Enviado por Helmuth da Rocha em 19/03/2013
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