CHUVA OBSCENA
CHUVA OBSCENA
Agua que é vida
Agua que é morte
Agua que é sorte
Agua que é despedida
Sem agua no nordeste
Com agua no sudeste
Só uma praga é coletiva
Os políticos em comitiva
Quais carcaras no sertão
Ou tubarões no mar
Estão sempre a espreitar
A carniça do povão
Prometem mundos
Prometem fundos
Não passam de imundos
Torpes e nauseabundos
Até quando vão tirar partido
Da pobreza e da ignorância
Do coitado tratado como bandido
Desvalido e sem esperança
Tomara afoguem-se em suas indignidades
Em suas mentiras e inverdades
E que sejam castigados
Aqui na terra como no céu