Seu Tempo

A luz apagou-se cedo

nesse pequeno espaço onde a vida teima em nascer.

Morrem os sonhos antes mesmo de existirem,

talvez pelo tempo que se ausenta

na alma que vive o medo.

Resistente, luta na escuridão desejando manter-se.

Tateia buscando as mãos que carregam a salvação

ou o olhar que tudo diz no simples calar da voz,

antídoto para morte que se instala

nesse espaço sem tempo onde o vejo desfazer-se.

Mas, nem o olhar, nem as mãos podem dar a vida

que em si mesma esvai em agonia.

E a dor se coloca no espaço do tempo

que voa em asas de solidão...

E dormem em mausoléus apodrecidos pela hipocrisia

a recuperação do tempo que jaz no espaço do que antes existia.

Que minhas lágrimas sustentem seu tempo nas linhas do destino.

Que viva a vida onde a morte se instala.

Que as lágrimas antes caídas, na dor sua de cada dia,

sejam consolo hoje agregado

a outras almas que em sua morte encontraram o exílio.

Aisha
Enviado por Aisha em 11/08/2005
Código do texto: T41952