Amanhã
Amanhã meus olhos se abrirão,
como se abrem as flores nas manhãs,
e vejo o dourado se espalhar.
Leve desejo de liberdade
se passa em minha alma,
e livre se espalha como a luz do sol.
Momento de parar
e olhar a perfeição
no imperfeito da natureza.
Aqui o homem não pode imitar;
nem folha de sapé, nem a vida,
mas pode soprar como sopra o vento.
Ouvir a sua própria voz,
sentir suas paixões,
seus anseios.
Pode brotar a cada dia,
como brota toda semente
sob a luz reluzente,
Imortal e irrepreensível
dos símbolos
estampados em sua vida.
E fazer da vida um caminho;
ser andante, andarilho,
caminheiro, o que for.
No símbolo que carregas
só tu te entendes,
só tu te ouves.
Nas tuas mãos,
a direção a apontar,
o tempo a te consumir.
Porque nas mãos
vês o envelhecimento
do tempo que passou..