A DOR DO POETA
Pobre poeta.
Seu olhar vazio revela
o que o coração decanta,
o gotejar de sua dor em
cada verso preso na garganta.
Maldita seja Sibila
a dilacerar sonhos inquietantes
com seus poemas de sortilégios
amolados no seu filete cortante.
Antes não lhe desse ouvidos.
Guardaria em si
aquela poesia não
sussurrada ao teu ouvido.
O bolero não dançado
à luz da lua.
O vinho não compartilhado contigo...
O que será do poeta
sem sua dor de amar?
Alimento do coração,
ninho de poesias
ávidas por voar.