DE VOLTA A ELAS
Em meio às melodias
Voltamos a escrever,
Demorou – talvez por medo de crer
Que a rima fosse pobre.
Porque a poesia tem de ser nobre,
Sem pretender ser o norte,
Ela tem que ser forte
Se não, perde o encanto,
Sem concluir, mas, portanto
Não escreva sem luz,
Pois qualquer coisa se traduz
Em pouca coisa ou menos
Se a inspiração não temos.
Agora entre valsas e devaneios,
Entre figuras e delírios,
As palavras dizem anseios
Do que já foi natural.
E mais do que mais normal
Tiram o sossego...
Então, falemos de desapegos,
Do tinto vinho no mesmo tom
Das bocas de veludo e batom...
Falemos do medo de ir,
Falemos outras verdades,
Mais sorrisos e menos piedade
Sem pretender concluir.