Enterrado

A corrente é decorrente

Do seu passado atormentado

Remendado em futuro descartado

Por uma boca sem dentes

Palavras sem sementes

Pensamentos descontentes

Escuridão e sofrimento

Sem canções, em desalento

Gelo seco, pé no esterco

Ressaca em um beco

Olho fechado

Pescoço para o machado

Quem lhe dera rir agora

Garganta mundo a fora

Tarde demais pra ir embora

Segue o mundo

Em buraco profundo

Enterrado

Leila Sales Rosolem
Enviado por Leila Sales Rosolem em 17/03/2013
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