ABRAÇO
(Sócrates Di Lima)
No abraço da saudade,
Os olhos se estalam,
Nessa hora toda a vontade,
Se instalam.
E o desejo a alma acende,
No calor de uma abraço,
O cheiro da pele estende,
E prende como se fosse um laço.
O teu abraço que tanto desejo,
O qual não alcançou o corpo meu,
E o meu abraço como vejo,
Não envolveu o corpo seu.
E se eu quero este abraço,
Para no seu corpo deleitar,
É porque o triste e longo espaço,
Que a distância não quer deixar.
Asas eu não as tenho, que pena,
Mas não me falta a vontade de voar,
Existem outros meios pra te abraçar morena,
E o tempo assim fará nos seus braços me encontrar.
Não importa o calendário,
O que me importa é a ansiedade,
Logo é o seu aniversário,
É nele que vou matar minha vontade.
No abraço se externa o carinho,
Um aconchego de ternura,
É como pegar uma rosa sem espinho,
E venerar sua candura.
O meu abraço a espera,
Sei que o seu ao meu também,
Um novo tempo de uma nova era,
Nos levará mais além.
E nesse longo e apertado abraço,
Que nos envolverá sem pena,
Há que aliviar todo e qualquer cansaço,
Desse voo sem asas, nesse esperado abraço, Morena.