SE – ALUCINAÇÃO SOB O SOL?
SE – ALUCINAÇÃO SOB O SOL?
Caminhada logo de madrugada,
Vêm do mar as cores da alvorada.
Na ida é a total a minha solidão,
Na volta um velho me da com a mão.
Negro de cabeça branca e arcado,
Olho claro e um andar castigado;
Seria branco de catarata?
Tento não olhar no olho para evitar uma rata.
Com ele um menino de bermuda,
Que ao velho lhe oferece ajuda.
Negrinho de suspensório e fininho,
Mal chego ele corre ligeirinho,
Da pirueta na onda do mar.
O velho tem aspecto familiar,
Caminha lento sob o sol,
Fala macio como rouxinol,
Acende um cachimbo com manjericão,
Pergunta como vão os “meus irmão”,
Eu comentei deles com o idoso?
O negrinho rindo na onda é algo luminoso!
Fala que a missão às vezes é mostrar o caminho,
Como a mãe faz com o filhote no ninho.
Conservamos sobre tantos pontos,
Que até da para escrever vários contos.
Nisso chego à entrada do meu hotel,
Peço para esperar que vá pegar água no “quartel”,
Um deixa para lá meu menino
E um grito: “Vamos canarinho!”.
Olho para trás cadê o senhor?
Só então reconheci o meu amigo e doutor,
Resta agradecer ao Pai André de Aruanda,
Que veio com Canarinho para esta banda.
Outra hora eu escreverei do que ele me falou,
Que no seu jeito ele veio e me contou.
André Zanarella 16-03-2013