RITO DE PASSAGEM

escrever

eu te amo

na dura madeira do parque

e riscar

um coração em volta

no rijo cimento da cidade

ou então

um I love you

na pele pura

da idade imatura.

e nessa amperagem, tudo incendiar

e dessa viagem, nunca mais voltar.

escrever essas coisas

(mesmo que bobagens)

e não mais apagar

nunca mais corrigir

o passo incerto e preciso

desse calcanhar de aquiles.