CRENÇA BESTIAL...

Minha caneta imprevista e atrevida

sempre desenhando filmes que jamais verei.

Desce a noite em algum lugarejo

e eu vejo a lua nua morrer à mingua.

Em minha caneta há lugares vazios,

quartos escuros com buracos de fechadurar

que esqueci de vedar.

Minha caneta faz desenhos no ar

para o vento desavisado e frio apagar.

Seremos mesmo uma estrada de mão única?

Será que chove dentro da barriga?

MInha caneta diz que a felicidade foi embora

e agora eu serei feliz sem ela.

Esta caneta atrevida trai as próprias emoções,

descreve a saudade como quem não senti a dor,

e eu acredito bestialmente que poderei trespassá-la...

porque meus jogos de sorte são com baralho sem naipe...

Aninha viola
Enviado por Aninha viola em 16/03/2013
Reeditado em 12/05/2013
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