Indiferença

A única atitude que se faz ter respeito é a indiferença

Ignorar a mim, enquanto eu sou convicto

Da tua presença

Eu, eu atento a esperança,

Alimentado pela maldita lembrança

Que hoje só serve para me fazer delirar,

Temer a meus erros, não me encontrar

Por dentro aos berros, por fora o calar

Me sentir frágil, como uma criança sem família

Me ferindo, a indiferença me esculpe

E vou resistindo a armadinha

Vou lentamente me encaixando,

Na brecha do mundo real

Dos medos, dos horrores, da verdade fatal

Dos delírios dos sóbrios

Da loucura que maestra os sonhos

Sejam eles, belos, sórdidos ou medonhos...