Jornada
A estrada vai, serpenteia
bem além de minha vista.
Se faz sol, se tempesteia,
cruzo o solo, arquivista.
Pássaros voam, eu gravo
melodias na memória.
Sinto a grama, cheiro o cravo,
perfumando minha história.
Se vou lento, é de descaso.
Se vou triste, é que magoa.
Me acompanham por acaso,
só teu vento e tua garoa.
Sob a sombra de um Carvalho,
eu descanso o meu castigo.
Tão volátil quanto orvalho,
sonhar um dia estar contigo.
Se quiseres, podes vir,
viver em minha cabana.
Eu prometo: vais sorrir.
É tão linda tal Jornada.