Rimas sem Teorias
Quanta eloqüência eficaz
As luzes refletem a imensidão da rua
Os artefatos inibem o feitor
A perspicácia afasta o temor
Quando nos encontramos, rogamos a Deus e acompanhamos o andor
Os holofotes reluzem ao anoitecer
Galanteios atrelam suspiros aos remorsos
O menestrel avisa que vai agir
Enfurecido por causa das rebeliões
Brinquedos quebrados sem arranhões
Molduram o equilíbrio do estandarte
Embrulhados em papel laminado
Aparecem os brincos que não tem dono
O compositor passa a noite inteira sem sono
Garimpeiros desmatam e descobrem o tesouro
Não sabem nem o que buscam
Pedras preciosas esmeraldas ou pepitas de ouro
Resplandece o minério na redoma de vidro
A música toca e me toca os ouvidos
O verso se mistura ao trecho não lido
O papel solto ao vento sem fronteiras
Quando tocam as trombetas, surgem imediatos arrepios
O vinho da velha safra já foi consumido
Catálogos expõem alternativas
No tempo do trem, usava-se também o termo locomotiva
O poeta esbraveja, escreve seus traços rimando pelo avesso
Procura dedicar a alguém, mas não encontrou a forma positiva.
A rima se serve da prosa e o verso ajuda a entoar a canção
Juntando as palavras, firmando o teor de cada uma delas
Posso afirmar que todas são dotadas de emoção
Saem com fluência, do fundo do meu coração.
Autor: Paulo Vasconcellos, integrante da Academia Capanemense de Letras e Artes, titular da Cadeira Nº 5.