Do vivido
Quanto de mim deseja ficar com sua ausência
E nas lacunas vazias, o riso sem gosto?
Quanto de ti sobrevive sem mim
Na presença constante da duvida?
Assim nos transbordamos de vazio
Nos poucos olhares que trocamos
Um, no silêncio, segue
O outro, no lugar, se indagando
Quanto de nós é passado
Nos muitos momentos de insônia?
Quantos de nós é presente
Nos poucos momentos de lembrança?
Qual de nós permanece vazio
Nos espaços ocultos que guardamos?
E do gosto esquecido
Ao momento lembrado
O olhar escondido
O desejo revivido
Um passado alcançado