SEM SAÍDA
No céu
Resta um pouco de sol
Num espelho
Vejo meu rosto invertido
Me devolvendo
Os dias longos do meu desespero
As palavras se perdem no ar
E a cidade adormece
Sem nenhuma perspectiva
No fundo da memória
É só decomposição e lamento
Apesar do gosto de vinho na minha boca
A distração das ruas
E o suicídio na primeira página do jornal
Não me dizem nada
No meu delírio
O que permanece
É a certeza de que não há saída.