SEM SAÍDA

No céu

Resta um pouco de sol

Num espelho

Vejo meu rosto invertido

Me devolvendo

Os dias longos do meu desespero

As palavras se perdem no ar

E a cidade adormece

Sem nenhuma perspectiva

No fundo da memória

É só decomposição e lamento

Apesar do gosto de vinho na minha boca

A distração das ruas

E o suicídio na primeira página do jornal

Não me dizem nada

No meu delírio

O que permanece

É a certeza de que não há saída.

JOAQUIM RICARDO
Enviado por JOAQUIM RICARDO em 14/03/2013
Código do texto: T4188351
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