Do Pó ao Pó
Deceparam minha alegria
e se esqueceram de avisar
esqueceram-se da nostalgia
e que a morte leve paira no ar.
É uma pena essa vida cigana
mas, a dor é irremediável
e as sensações desenganam
aquilo tudo que pensei ser real.
Já não sou nenhum menino
e meu coração aprendeu a sofrer
só não caio algures em desatinos
e você, não me deixe falecer;
pois da morte já basta o que sinto
que dissolve as lâminas e os ossos da vida
e arrebenta em aroma absinto
essa busca as graças da lida.
E nas efígies lembranças do beijo
último gesto carinhoso e valioso
antes que a carne se esvaiu de alma
e o corpo adormeceu e retornou ao pó.