Homens não Voam
O céu azul e límpido
os anjos tão fingidos
em mentiras caíram
para o inferno fugiram
A luz do Edem sumiu
escondeu-se, fugiu
em terra cais-te, só
sem piedade, sem dó
Como seria a canção
será que outros cantarão?
fúnebre deve ter sido
a despedida do partido
Em lágrimas o céu se viu
o filho que perdido caiu
viver entre seres de maldição
caro o preço da traição
Vil serpente d'asas
assombra vilas e casas
mas não me traz medo
me intriga teu segredo
E tua vista mais que sublime
mais alta que qualquer cume
e ver a terra em imensidão
pobre anjo da perdição
Do céu já não mais pertence
a que lugar realmente pertence?
Mas me pergunto se cantar puderas
qual canção ecoaria pelas eras
Um som fúnebre de despedida
talvez canção de frases perdidas
quem sabe um conto de liberdade
luxúria, pecados de vaidade
Mas sem dúvida há que dizer
com tal beleza pra se ver
quem me dera tal teste passar
e um dia eu poder voar