se que não me queres porque me amas
eu sei que já não me queres
e sei que o meu sol é infante
e que minha alegria é finda
sei que noutro braço de mar
outro barqueiro te acolheu
e dele, ao canto das águas,
fez tua crispada casa,
eu sei ainda me amas
e o céu que te mostrei
é ainda tua cama, e que
nele quando cansada,
em sentimentos voltas
e descansas;
mesmo protegidas por outro
sono, que te faças fugir do amor
justificando-o: como uma viagem
insana,
eu tenho pena desse barqueiro
que se enganando, te ama