As ondas estraçalhavam-se contra o rochedo…
Que permanecia altivo sem agredi-las…

O sol desvendava a intimidade das águas, penetrando-as com prazer…
Era tanto o desejo de enfrentamento das ondas,
Que não importava que se partissem em mil pedaços…
Eram atraídas magicamente pela fortaleza do rochedo…

As ondas estraçalhavam-se contra o rochedo…
Que compreendia os ímpetos da curiosidade libidinosa…

Uma, duas, três, dezenas de ondas, sucessivamente enfileirando-se…
O mesmo ritual de força era repetido infinitamente,
Com o mesmo espetáculo da beleza da batalha pelo amor.
Eram aparadas sem serem magoadas pelo rochedo…

As ondas estraçalhavam-se contra o rochedo…
Que aceitava a amplitude e fertilidade das abordagens…

Quando muito altas e favorecidas pelo vento,
Batiam com estrondo e o rodeavam com enlevo,
Molhavam o rochedo de afeto por todos os lados, enlaçando-o,
Este era o grande alvo de amor das ondas…

As ondas estraçalhavam-se contra o rochedo…
Que se submetia à química da criação da vida…

Tanto as ondas quanto o rochedo gostavam deste jogo de sedução…
Na verdade ambos desejavam este relacionamento vulcânico de afeto.
A natureza mostra a força do amor com extrema lucidez,
Ambos gostavam de extravasar suas paixões com ímpeto…

As ondas estraçalhavam-se contra o rochedo…
Que entendiam muito do prazer da busca…

No alto do rochedo casais de gaivotas admiravam este relacionamento,
Totalmente seduzidas pelo jeito de amar do rochedo e das ondas,
Ficavam olhando com languidez este clima erotizante,
Embevecidos imitavam o amor entre as ondas e o rochedo…

As ondas estraçalhavam-se contra o rochedo…
Que se deixou envolver totalmente pelas ondas…
Byülki
Enviado por Byülki em 12/03/2013
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