Perdida no tempo

Se eu soubesse que o ontem,

Não foi exatamente ontem,

Talvez eu sofresse menos.

Quem sabe se o ponteiro fosse lento,

Eu caminhasse mais.

E se as circunstâncias não convém no momento,

Pra que interromper?

Me mantive em repouso,

Enquanto o relógio não parava,

Se eu o acompanhasse, talvez não me perdesse.

Fecho os olhos e alucino.

Aspiro o ar do passado,

Expiro o presente.

E no milésimo em que eu paro,

A vida acontece e se deixa acontecer.

Contemplada com todos esses atos gesticulados,

Paro o relógio e volto a caminhar para trás,

Procurando o ponto em que me perdi.

Para quem sabe assim,

Me achar.

Isadora Bonifácio Faria
Enviado por Isadora Bonifácio Faria em 12/03/2013
Código do texto: T4183894
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