Perdida no tempo
Se eu soubesse que o ontem,
Não foi exatamente ontem,
Talvez eu sofresse menos.
Quem sabe se o ponteiro fosse lento,
Eu caminhasse mais.
E se as circunstâncias não convém no momento,
Pra que interromper?
Me mantive em repouso,
Enquanto o relógio não parava,
Se eu o acompanhasse, talvez não me perdesse.
Fecho os olhos e alucino.
Aspiro o ar do passado,
Expiro o presente.
E no milésimo em que eu paro,
A vida acontece e se deixa acontecer.
Contemplada com todos esses atos gesticulados,
Paro o relógio e volto a caminhar para trás,
Procurando o ponto em que me perdi.
Para quem sabe assim,
Me achar.