SERÁS PORTO... OU EU MORTO!

Não me deixes à deriva

ao largo, em alto-mar

à espera das marés...

Quero ancorar

prender-me no teu regaço...

E as manobras

essas que cobras

já revelam o meu cansaço...

Não me deixes ao abatimento

sem leme, sem guia

veleiro ao vento...

É tanta a ventania

sopra forte

de sotavento

de barlavento

e vou sem norte...

Envia numa gaivota

(antes da morte...)

a tua carta de marear

que o astrolábio e o sextante

Levar-me-ão adiante

Traçando a rota para te rumar!

Deixa-me, ao menos, arrimar

antes que venha

a escura noite

e eu não tenha

luzes de navegar...

Acende o teu farol

mostra-te luz para te ver

que não quero encalhar

Em rocha qualquer...

Deixa-te ser

o meu porto

o meu abrigo

e o digo

antes que venha a tempestade

e rasgue as velas

quebre o mastro

arrombe o casco

e me afunde na vil saudade!

Restará o colete

salva-vidas

e o galhardete

que ao alto trago

(que eu afago)

com o teu nome!

E muita fome...

De ti!

Mas lembra-te

serei ardente a navegar

se me deixares chegar!

Aí!

O que eu quero...

Mesmo...

É a aportar

de vez

em ti!

2013-03-11

AlexandreCosta
Enviado por AlexandreCosta em 11/03/2013
Reeditado em 12/03/2013
Código do texto: T4183499
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