Dos livros: Divagando e Versos & Reversos parte 3
TRISTE FINAL
Tudo na vida e relativo
Uns nascem pra se dar bem
Outros para ser mendigos
Há quem lute até a morte
Talvez por questão de sorte
Levam uma vida ilibada
Sobrevivem na sarjeta
Lutam não conseguem nada
Mendigando até o pão
Perambulam na estrada
Chegam ao final da vida
Não há quem lhes dê guarida
Quando muito lhes concedem
É sete palmos de chão.
SAUDADE
Qual o fio da navalha
Cortante mas sem ferir
Dá um aperto no peito
Não se vê mas faz sentir
Saudade mexe com a gente
Tal qual prego no faquir
Sentimento sorrateiro
Chega assim sem avisar
Machuca de vagarinho
Qual a canção de ninar
Não há forte que resista
Quando ela vem pertinente
Ninguém sabe por que é
Que chega assim de repente
Deve ter suas razões
Pra torturar nossa mente
Saudade é itinerante
Percorre grandes distâncias
Parece não ter idade
Pois brinca feito criança.
SÍNTESE
Sinceramente,
Sua sagacidade
Selou severamente,
Sistematizando sonhos
Solicitamente sensíveis.
Sinto sintetizar
Sentimento esse suscito,
Simplesmente por ser
Sério tal sentir
Sintetizante, suplício.
ÂMAGO
Já faz tempo
Madrugada adentro
Sempre embarco
Nessa nau desgovernada
É insano
Esse cruel tormento
De minh'alma
De há tanto desvairada
Não devia
Guardar ressentimento
Se fui eu
Quem trilhou por essa estrada
Enganei-me
Ao confundir n'uma paixão
Ter encontrado
A eterna namorada
Minh'alma
De tanto esperançar
Trás no âmago
Um desejo (in) permissível
De um dia
Poder enveredar
Por caminhos
PURA ILUSÃO
Sobre a lage inacabada
Madrugada
A Lua parece-me
Ao alcance da mão
Pura ilusão
Acalanto em meu silêncio
Solidão
I N C A B U L A D O
Saudade, coisa esquisita
Deixa-me i n c a b u l a d o
Por mais que tento esquecer
Fico mais incomodado
Melhor conviver com ela
Rememorando o passado
Saudade, bate no peito
Aperta quase da nó
Coração pulsa ligeiro
Qual flecha quiçá anzol
E'o peixe que d'água vem
Amarga quinem g i l ó
Saudade, essa dor aguda
Que machuca sem ter dó
Fura quinem carrapicho
Embrenha-se quinem cipo
É dor que não cura fácil
Já me dizia vovó
Saudade, mexe com todos
Seja rico seja pobre
Não há quem escape dela
Mesmo tendo alma nobre
Ai todos se misturam
Não adianta ter cobre.
Vida/ via de mão dupla
Tenho sonhos m u l t cores
Tal qual um arco-iris
No entanto desfazem-se
No ar tal qual bolhas de sabão
E nessa vida/ via de mão dupla
Sempre trafeguei em círculos
E tal qual os vícios
Difícil encontrar um ponto de chegada.
Ante a indiferença
Jamais serei refém dos espaços
Quando na absoluta ausência
Eu mesmo me abraço!
DESVAIRADA SELVA
E nesta desvairada selva
Ser coerente não basta
Se o efeito cascata
Se propaga a anos-luz
Se o insano conduz
A cometer absurdos
Não dá pra pousar de surdo
Enquanto massacram a 'massa'.
Se a desilusão ataca
Quando vejo gente as pencas
Descartadas tal qual lixo
Ao poder e seus caprichos
A estupidez se alastra
A D E N D O
Cenas grotescas
Homens contra homens
Uns maltratam outros
Mais que fossem lixo
Quando em sua fúria
Fogem da razão
Agem instintamente
Mais parecem bichos
UM
Um não sei que
Que se apresenta
Na garganta
Um gosto de pimenta
No olfato
Um cheiro de cocô
Não consigo entender
O desamor
Dessa gente
Nariz arribitado
Que massacra a quem
Considere coitado
E não vê
Que tá sendo inconsequente
Alguém acorde o piloto!!!
A minha sensatez mais m a l u q u i c i a, é - talvez - ter mania de contrariar conceitos pre- estabelecidos; sem contudo, perder o equilíbrio (assim espero)...
Não me incomoda nem um pouco ser rotulado de visionário, inconsequente e assemelhados; apesar dos fiascos, penso - ainda e sempre - o bem comum;
Enigmático? Nem eu mesmo me decifro: em meio a multidão, sinto-me um 'peixe fora d'água'; n'um evento há pouco; cheguei, adentrei, e logo sair;
Quando todos aparentam estarem felizes; e só eu percebo-me confuso/ frustrado, preciso - acurto prazo - rever meus conceitos... afinal, hoje é to d a y...
seu dia?
sim/ talvez/ quem sabe..
também já tive os meus...
alguém acorde o piloto!
a Nau tá nau...
naufragando!!!
Cenas grotescas
Homens contra homens
Uns maltratam outros
Mais que fossem lixo
Quando em sua fúria
Fogem da razão
Agem instintamente
Mais parecem bichos!
ESPAÇO/ TEMPO
Espaço
Tempo
Presente
Ocasião
Decisão
Protelar
Sempre
Talvez
Êxito
Exige
Ousadia
Pronta
Ação
MIREI
Mirei além do'horizonte
Percebi-me embriagado
Não por álcool ou semelhante
Imaginei minha amante
Esta lá do outro lado
Era só um devaneio
De'um maluco apaixonado
Por colocar no papel
Quando o pensamento ao leu
Divaga desenfreado.
A PARTIR DE HOJE - poeminha
Esqueça a partir de hoje
Pendengas, atritos, ranças
Redima-se com seus amigos
Cada um é um abrigo
Viva qual fosse criança.
A ROTA
Pensar eu penso
A mente divaga sem fronteira
Não importa quão ingrime a ladeira
esforço-me tento alcançar o topo
Se achas pouco
Capaz sou de escalar montanha
Pois minha vontade é tamanha
De ver-te de perto ao chegar
Enfrento o mar
Não importa se ondas turbulentas
Pois esse desejo me acalenta
Essa vontade insana de te amar
N'algum lugar
Imagino encontrar-te sorridente
E poder dizer-te frente a frente
Que valeu apena te esperar
Poder mirar
Teus olhos castanhos cor de mel
Qual sendo pedacinhos de céu
Então este segredo revelar.
TEMPO
Ah tempo...
Sorrateiro/ implacável
Conseguistes me' envolver
Passastes, nem percebi
Tarde para corrigir
A rota que escolhi
Demorei a entender.
SUGESTÃO
Há sonhos realizáveis
Outros meras utopias
Por que então
Perder tempo
Desperdiçar energias
Mergulhar insandessido
N'um mundo
De fantasia
Sonhar não é proibido
Mas sempre
De pé no chão
Sob pena de frustrar-se
Conter-se á a sugestão
Pra não lamentar depois
De alguma ingratidão
O MAPA DO CAMINHO
Mesmo q'eu perca
O mapa do caminho
Mesmo que queiram
Me acordar de'um sonho
O meu querer
É um querer medonho
Não vai ser fácil
Desviar de rota
Não antecipem
Para mim derrota
Pois que o Cosmo
É meu aliado
Arquivem bem
Esse meu recado
Pra que mas tarde
Não tenham surpresas
Meu aliado
Vem da Natureza
E sou autor
Da minha própria história
Peço à Osiris
Que me envie escudo
E sigo em frente
Encaro tempestade
Nem mesmo nuvem
Que cubra a cidade
É obstáculo
Àquilo que vislumbro
LUA MAJESTOSA LUA
Majestosa Lua
Lua bonita / De beleza estonteante / Tu despertas nos amantes / Ate alucinações / E as emoções / Que sentem enamorados / Sob o teu brilho encantado / Deixa-lhes apaixonados / Conjugando o verbo amar / Tua magia / Fenômeno da Natureza / Oh majestosa realeza / Teu brilho faz ofuscar / Vem me buscar / Não me deixe aqui sozinho / Quero de ti tá pertinho / Pra melhor te admirar / Serei teu súdito Tal qual faz um passarinho Pra ti cantarei baixinho Belas canções de ninar!
ANSEIO MEDONHO
Vidas sem vida
Sonhos sem sonhos
Mentes desprovidas
Esperança ausente
Fazem do presente
Futuro sem glórias
Caminhos inospidos
Estradas desertas
Pântanos sombrios
Sem vegetação
Coração vazio
Onde houve rio
Vendaval passou
À margem deixou
Quanto desvario
Navegar sem leme
Sonhar mais um sonho
Flutuar nas nuvens
Transpor dimensões
Pousar noutra nau
Quem sabe por lá
Possa me encontrar
Que anseio medonho
LUA CHEIA
A Lua cheia
Alumiando a mata
Forma cascatas
De nuvens no céu
Daqui de baixo
Fico admirando
Enamorando
Pensamento ao leu
Um bacurau
Com seu canto encanta
Tal qual um mantra
Minha alma embala
A cotovia
Assobia longe
Seu cantar abrange
Quase todo o vale
Ninguém me fale
Que não dói no peito
Não sente o efeito
Por tal sinfonia
Uma afazia
Se saudade tem
Lembrança de alguém
Que partiu um dia
E a noite fria
Convida a neblina
E uma névoa fina
Paira sobre as copas
Dos arvoredos
Ao pé da serra
Aguardado a relva
Ao amanhecer
Um querer de novo
Reacende a chama
De amar de novo
Tal qual fiz um dia
E nessa magia
Adormeço e sonho
Um sonho medonho
Mera fantasia
TUDO É ARTE
Relembro de tempos idos
E o pensamento vagueia
Quando de longe avistava
Nas ondas verdes do mar
Flutuando lentamente
Parecendo uma sereia
Me aproximava ofegante
Quando então percebia
Que era apenas miragem
Ou um desejo latente
Vontade não me faltava
De ir ao encontro dela
Pois ouvi que de além mar
As ondas trazem pra cá
Beldades igual àquela
REVELAÇÃO
Amei qual jamais imaginei
Mas amei só: ela não sabia
Cada letra das canções que eu ouvia
Dentro do peito uma chama incendiava
Mesmo sabendo que ela não me amava
Alimentava esse amor inconsequente
Talvez insano ouvi de tanta gente
E não seguir os conselhos que me deram
Passou o tempo e hoje o que mais quero
É deletá-la de uma vez da minha mente
MIRANDO O HORIZONTE
Além do monte
O meu olhar flutua
Céu estrelado.
Clarão da lua
Mim' inflama o peito
Feito Chama
Sinto a presença tua
A nuvem passa
Feito fumaça
Desenha um colibri
Teu jeito doce
Favos de mel
Meu céu
É tá perto de ti
É só um sonho
Acordo
E não estás aqui!
CORAÇÃO EM CHAMAS
Palpita
Insano desejo
Sei que não devia
O corpo estremece
A pele arrepia
Louco de paixão
O sangue fervilha
A mente navega
Em teu jeito doce
Delírio, loucura
Sei que não devia
Atormenta a alma
Incendeia a mente
Não devo, mas quero
Sua companhia
Gentil fada meiga
Meu anjo sem asa
Te levar pra casa
É o que mais queria.
A VIDA TEM DESSA COISAS
Tempo
Espaço
Buscas
Opções
Escolhas
Circunstâncias
Consequências
Decepções...
Inconsequências
Também fazem parte
Comedia ou drama
Tudo é arte
No imenso
Palco da vida
Enceno
A minha parte
Mais um tão somente
Figurante!
INTROSPECTIVAMENTE SEM MEDIDA
Já deixei de lado a esperança
Pois cansei de viver desenganado
Decidi me recolher meio cansado
E viver tão somente de lembranças
No meu eu interior fico trancado
Cada dia que passa me aprofundo
Entrinxerei-me de fato no meu mundo
Introspectivamente sem medida
Acumulei dissabores nessa vida
Ao longo do caminho percorrido
Meu semblante deveras abatido
Não consigo disfarçar minha tristeza
Para algo assim não há defesa
Perambulo a passos indecisos
Só lamentos os amores não vividos
Não há mágica que mude essa certeza
ENIGMA SEM NEXO - ASSIM SOU EU
Tal qual nômade andarilho
Um enigma sem nexo
Qual segredo do Universo
Talvez do vento o açoite
Tal qual escuro da noite
Qual um intruso à espreita
Qual poeira de 'um cometa
Qual da tarde ocaso rubro
Qual um cartaz sobre o muro
Poluindo o visual
Mais um no Reino animal
Caminheiro sonhador
Tentando afastar a dor
Que o sentimento amor
Causou ao longo do tempo
Divago em pensamento
Nos horizontes da rima
Extraio a matéria prima
E escrevo em prosa e verso
O que sente um coração
Quando a tal da solidão
Insiste em fazer morada
Quando em alta madrugada
Vem e se arrancha no peito
Assim sou eu
AS ILUSÕES SÃO EFÊMERAS
As ilusões são efêmeras
São tal qual nuvens ao vento
E quando surge o tormento
Ninguém está preparado
Vêm e não mandam recado
São cortantes qual navalha
Ferem sem ter piedade
Podam sem dó qualquer plano
Quando percebe-se o engano
Dificilmente há conserto
No coração fazem berço
Quando encontra guarida
Dos desencantos da vida
Mais cruel é o desengano.
ANJO
Era assim que ti sentia
Quando de mim te aproximavas
Teu sorriso franco e belo
Teu olhar estonteante
A leveza no andar
Cabelos esvoaçantes
Causava admiração
Que até os passarinhos
Voavam fazendo festa
Enfeitando o Horizonte
Era tanta a harmonia
Que quiçá a Natureza
Vibrava ao te vê chegar
E para mais realçar
Tamanha satisfação
Enfeitava o céu com nuvens
Mas o tempo e o destino
Insensíveis e cruéis
Te afastaram de mim
Se o Cosmo quis assim
Deve ter suas razões
Separar dois corações
Com Tamanha afinidade
Já não importa a idade
Sabe-se o tempo avançou
Mas as marcas desse amor
Nascido assim de repente
Quem sabe eternamente
Na alma fica marcado.
NÃO ME DEI BEM
Encantei-me com o mistério
Da lagarta à borboleta
E essa incrível faceta
Decidi investigar
Não me dei bem!
Descobri meio frustrado
Que é um segredo fechado
Que para ser desvendado
Ainda não surgiu doutor.
FANTASIAR A VIDA
Ser poeta
É libertar sentimentos
Soltar palavras ao vento
É desnudar a alma
Ser poeta
É fantasiar a vida
É sonhar mesmo acordado
É voar mesmo sem asas
Ser poeta
É divagar sem fronteiras
As vezes dizer asneiras
Até esquecer o senso
Ser poeta
É ser rebelde sem causa
Ao pensamento dá asas
É tapiá os tormentos.
TINTA INCOLOR
Demarquei meus passos com loucura de amor
Rabisquei uns poemas com tinta incolor
Veio a chuva com vento e o papel levou
Tentei refazer caminhos percorridos
Reportei-me no tempo ha tempo vividos
Teorias utópicas que perderam o sentido
Revi-me n'um passado talvez de lembranças
Que 'o tempo afogou toda minha esperança
Eram só fantasias do tempo de infância
DE CARONA NA ARTE
Pego carona na arte
Divago além fronteiras
Garimpo meu pensamento
Jogo palavras ao vento
Transporto-me além fronteiras
Nas teclas do meu s m a r t
Sub produto do meio
Só me 'aflige o contra tempo
Desse descontentamento
Não me incomoda se o tempo
Puniu-me porque somente
Tentei entender a vida
Como uma obra de arte
Inda sonho um dia desses
Nas caldas de um cometa
Poder carona pegar
Quem sabe um dia ancora
Lá pelas bandas de Marte
INEXPLICÁVEL MAGIA
Amor palavra sublime
Sentimento embriagante
Transforma a vida de quem
O encontra em um instante
Nos jardins dos corações
Das flores é a mais bela
Nos bosques da ilusão
Das árvores a mais singela
Magia inexplicável
No estudo da razão
Um vírus que não tem cura
Quando invade um coração
Qual a fúria de um vulcão
Queima o peito dói na alma
Mas o melhor lenitivo
Se correspondido acalma
Não tem sabor mas parece
Ser fruto de puro mel
Um sentimento tão nobre
Bençâo descida do Céu
ATREVIMENTO
Tentarei dizer em versos
Serei um tanto atrevido
Só pra dizer que permeias
Os meus sonhos coloridos
Pois neles a tua imagem
Tem espaço garantido
Inda há pouco acordei
Quase que na hora certa
Estavamos você e eu
E os pássaros faziam festa
Deduza o que fazíamos
Em uma praia deserta
HOMENAGEM ÀS MULHERES
Mulher, tema preferiu
De quase todo poeta
Talvez porque tal a flor
Toda sensibilidade
Traduz e ele interpreta
Mulher em qualquer Nação
Seja rica ou seja pobre
Seja branca ou seja negra
Em qualquer parte do Mundo
Sempre tem a alma nobre
Mulher, esse ser tão frágil
Talvez aparentemente
Pois é capaz d'espargir
Amor incondicional
Prá todos os continentes
Mulher, é um ser tão nobre
Que Deus prá sintetizar
Parece Criou a rosa
Tão frágil porém tão bela
Para lhe presentear
Mulher, alma tão sensível
Que em Sua Sabedoria
Deus confiou Jesus Cristo
Ao coração de Maria.
MEISINHAS & MUNGANGAS
Eu careço de sabença
Pá mode me'expilicar
Mas se me dé atenção
Das coisas do meu sertão
Pá voismicês vou falar
No sertão num isprit
Nem dotor nem infermêra
Se a muier vai parí
Nóis vai buscar a parteira
Quaje sempre madrugada
E ela vem acumpanhada
De arguma resadêra
Pá rezá de má uiado
Tombém de argum qebrado
Qí gente de ôio grande
Butô no recenascido
Ante de cortá o imbigo
Priviní nunca'é dimais
Se u bruguelo for franzino
Ranzinza e disnutrido
A partera sabe logo
Derna o'premêro gimido
E manda aprepará logo
Prú bichim argum cuzido
E pá arrefoçá
Arreune trêis rezadêra
Tudim da cama na bêra
Cumeça logo a rezar
De ispinhela caída
Seu minino se'eu lí conto
Uncê mim diz qé buato
Mar mim'espere um bucadin
Qí lí narrei uns fáto
Qí acuntece merma assim
Lá par banda do mato
Os cafundó é dotado
De rezadêra sabida
Qí reza in qarqé duença
Das qí ixiste na vida
E cura bem ligerin
De caganêra a firida
O sinhô mim acridite
Qí'um dia surgiu um cába
As feição era tão feia
Quiném qí coisa macábra
E né qí'as véia evitô
Qí lí apeparace ar'mála?!
Pelas feição do sujeito
Paricia apreparado
Pá viajá sem demora
Pois tava bem matratado
Pá cidade de péjunto
Pá ir num manda recado
Mar as meizinha apreparada
Lá pás banda do sertão
Parece inté milagrosa
Ninguém num duvide não
Alevanta bicho-bruto
E até mermo cristão
A vida lá num é face
As casa são de sapé
Acridite no qí digo
Qí as vêis farta inté
Caçola qué pá cubrí
Os pissuído das muié
Ôto dia chegou um
Tava cun'a dô no vão
Lí passáro uma meisinha
E num cobráro muito não
Qí poucos dia adispôs
Paricia um cidadão
E pú falá nim meisinha
Inxiste um véio Missia
Qí agarante o qí faz
E nele tudin cunfia
Né qí u abençoado
Faz inté um marmelado
Feito cum leite de jia?!
Se'u caba vem das caatinga
Cum um tái na pôpa dos pé
Se o véi num tem imbé
Faz cum carrapatêra
E chá de muleque-duro
Mode curá caganêra
Caganêra quem num sabe
É Pirrite, disinteria
E pá curá a morróia
A cocêra no bocá
Na bôca do semvergonha
Tome chá de papaconha
Qí' agaranto se curá
Pá curá dô de pancada
A casca de aruêra
É uma das indicada
E a catingêra-rastêra
É Remédio de primêra
Pá qem já
Num Fáis mais nada
Hômi pá num ser tachado
De curandêro é mió
Eu ir parando pruqí
Pois a tá da medicina
Num adimite êsses dom