[Mensagem a galope]

Agora, eu sou portador de nada;

nos alforjes atados ao arreio,

eu trago nenhuma mensagem,

nenhum pedaço de esperança.

O tempo é detectável nos fiapos embranquecidos

da carcaça do animal que morreu à beira d'água...

Eu passei, eu vi, e parei o cavalo:

a minha voz sumiu na garganta!

A mensagem que eu tinha era vaidosa até,

mas, ali mesmo, à beira d'água,

futilizou-se, perdeu-se diante da agitação

daqueles fiapos lavados das tilangas da carne,

e dos restos dos tendões do animal caído.

Lição que eu me dei?!

Nenhuma; eu sou rude mesmo!

Ou até nem sou... Ou será que eu sou sublime?!

Envio esta mensagem no galope

do pensamento para que se perca,

para que o vento a leve ao nada,

a nenhum destinatário chegue...

______________________________

[Desterro, 10 de março de 2013, às 23:09]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 11/03/2013
Código do texto: T4182845
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.