Só as Mães são Felizes

Vai, ó bruxa ignóbil

Ri teu riso de hiena

Gargalhe alto para o eco do abismo

Sua solidão e tristeza de harpia

Erija na ruína dos sonhos perdidos

Um templo a tua deidade morta

E com ossos e cinzas ore

Para que um dia possam perdoar-te a hora

Pois és um carvalho podre

Corroído pelos vermes do tempo

Vazio, oco e sem alma

E que se diz refúgio, eu digo,

Seu ventre aborta teu feto

Afinal algemas com grilhões tua prole

Para defender e proteger os envenena

Teme que a tragédia que lhe abatera

Seja reencenada, mas não vês

Que impõe a eles uma mais dura ainda pena

Porque és cega, és surda

Só enxerga e escuta o que lhe convém

A de morrer sozinha e louca

E Lúcifer a de te abraçar no além

Este cão morto que chutara, desleal e covardemente

Hoje uiva na noite, contraiu incurável raiva

E agora vai caso se aproxime, lhe mostrar os dentes

E se manter longe da sua laia

José Rodolfo Klimek Depetris Machado
Enviado por José Rodolfo Klimek Depetris Machado em 11/03/2013
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