Interrogações
Há perguntas sem respostas dentro de mim
E infinitas respostas que não têm perguntas
Há o começo que se transformou em fim
Peças que mesmo separadas estão juntas
Há um fogo que teima em não virar cinza
Há uma chuva que teima em não cair
Há aquele momento que não se finda
Não sabe se quer ficar ou se quer fugir
Há a dose só esperando ser tragada
Há aquela palavra que nunca foi dita
Há a estrela que nunca foi alcançada
Há a poesia que ainda não foi escrita
Há um vazio que preenche a alma
Há um licor que não desce pela garganta
Há uma ventania que nunca se acalma
Há uma música que ninguém canta
Há um mar que nunca tem ondas
Há um luar que nunca se despeja
Há os mistérios em infinitas rondas
Me cercando onde quer que eu esteja
Há um silêncio que grita em meus ouvidos
Há um grito que eu não consigo ouvir
Não sei o que tomou todos os meus sentidos
Mas sei que o melhor ainda está por vir
Há minha alma em eterna ebulição
Vagando em lugares tão distantes
Há meu eu perdido na imensidão
Tentando achar o meu eu de antes...