Da Chuva

Caía a chuva sobre os olhos da tarde

e a sua nudez inundava-me as retinas...

e, agora, nesse distante frio (que me arde)

nem mesmo a chuva, tem mãos tão pequeninas...

para limpar essas tatuadas lembranças

que são vapores nas nuvens da minha alma...

tão vivas!...tão incandescentes!... e tão mansas!...

que choveriam lágrimas de chuva calma.

Mas, é inverno ( no clima e no meu peito)...

estão secos, a emoção e esse dia...

e a chuva ausente ( que em meus olhos, choveria)

afoga-me de um deserto que não tem jeito...

e o único porto (o oásis perfeito),

é relembrar aquela chuva que caía.

10-03-2013

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 10/03/2013
Reeditado em 10/12/2015
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