Colheita dos ímpios

Beba, beba do cálice dos injustos,

Profane, profane-se com o corpo dos imundos.

Não temam a moral!

Esqueçam os valores, provem de todos os sabores.

Não se engane, desafortunado

Teu corpo clama e reclama pelo pecado.

Curva-se perante o santo,

Mas sucumbe-se em prazer profano.

A justiça dos injustos

É entregar-se ao mundo.

Lábios purpura do sangue dos bem aventurados,

Corações despedaçados,

Um dia, a ti confiados.

Seus olhos,

Secos como o deserto,

Não escorrem mais misericórdia.

A paz que outrora reinara,

Hoje prostra-se ao reinado da discórdia.

As lapides estão reviradas,

Aqueles que um dia destroçaram a carne,

Agora levam os ossos.

Não há escravos ou senhores,

Tudo é trevas e dessabores.