Eu sou palavra, mas meu nome quer ser poesia.
"Tralhas,
bagagens,
surtos,
miragens.
Calando os vazios buracos vagos,
Velhas palavras falam
ou calam,
Rasgões ou tropeços,
erros,
medos.
Brincar de crer, querer, saber,
Palavra cria,
cria palavra,
Palavra nova, que faz amar.
Sentido gira,
gira o sentido,
Neologismo,
ou até versos antigos,
Cada qual com sua palavra,
poesia, verso, rima
Ergue um tom de sensações.
Então direi que a pausa
é começo,
E que dirás
Palavra, então,
um beijo,
um doce,
ou um bombom.
Palavra eu quero, na boca ou verso,
Que ergue, deforma, renova.
Contorna pinta
e faz a forma.
Já não há
a este ser amigo,
Qualquer traço obsoleto.
Até um ponto é jovem quando esta expressa.
O amor, a luz,
e até a morte.
Palavra
és tu
que o faz feliz
O verso de cada
estrofe que diz:
Adoro-te,
te
adoro,
palavra."