TORMENTO
Eu escrevo meus poemas,
minhas pobres poesias,
na madrugada vadia,
longa, fria companhia,
que não adivinha, não sabe,
o que é que, a mim, me cabe,
o que busco na verdade,
não apenas fingimento.
Sem fazer qualquer esquema
por entre sonhos divago,
e me pergunto, indago,
aonde irá meu pensamento,
que se esgueira sozinho
por becos escuros e mudos,
procurando um caminho,
tentando reter o momento,
que se esgarça qual fumaça,
silencioso e calado,
meio que desesperado
- um dos mistérios do tempo.
Vão-se os dias, vão-se as horas,
é tão breve este agora,
e eu parada na estrada
vejo que não sei de nada...
Quão enorme é meu tormento.
. . .
Eu não sei o que procuro
pelas vielas, no escuro
na solidão de minh'alma
que nem a noite me acalma
pois sigo sem direção...
Eu não sei se é verdade
desculpa ou fatalidade
para encontar companhia
que me conceda alegria.
e paz ao meu coração...
Só que nesta amargura
vou dentro da noite escura!
pelas vielas, no escuro
na solidão de minh'alma
que nem a noite me acalma
pois sigo sem direção...
Eu não sei se é verdade
desculpa ou fatalidade
para encontar companhia
que me conceda alegria.
e paz ao meu coração...
Só que nesta amargura
vou dentro da noite escura!
Obrigada, Milla, pela bela interação.