Da Sua Voz
Há uma adormecida alegria...
uma brasa que já foi ( um dia) chama...
que, de repente, sorri ( como sorria)
ao sopro de sua voz ( que a inflama).
O silêncio é dinamite em mim...
e a sua voz, a alma da combustão...
que acende ( em meu ouvido) o estopim...
para um grito de alegria ( em explosão).
Não há como me guardar desse perigo
(que me ronda como um fantasma sonoro)...
E (assustado) por esse risco, imploro...
eu, que a proteção da surdez, não consigo...
E a maldição de sua voz, eu bem-digo :
essa alegria, sem a qual, me ignoro.
09-03-2013