A vila da tristeza
Rua quieta,
linha incerta,
calçada velha
destruída pelo tempo,
chuva do passado,
noites de coitado,
jardim acabado,
dono sem cuidado,
poste sem luz,
altar sem cruz.
Pessoas sem tino,
nem destino,
andam devagar,
sem alegria,
ventania,
desarmonia,
não há “Bom dia!”.
Portas batem acanhadas,
janelas fechadas,
solidão reinante,
futuro de ninguém
amanhã dalém.
Não há esperança,
só lembrança,
Não há amanhecer,
só anoitecer,
Não há viver
somente perecer.