(Gralha Serpente)
em desaforo de poesia
com letras de fogo
na penúria do corpo
um rasgo de ironia
em palavras de aversão
todos os deuses
lendo sua alma
como sendo
o opúsculo secular
de infinita grandeza
oposto da avareza
dos que não têm visão.
pedra de toque,
a gralha
semeou livros
sem saber do furor
da serpente
que nos legaria
confundindo as imagens
em enigmas
no outro lado
da miragem
onde o absurdo
se alojaria.
Poema-homenagem ao escritor tcheco Franz Kafka