Das Flores
Coloco flores sobre a realidade
como se fosse um véu branco e transparente
que lhe empresta um pouco de suavidade...
ela que está de uma crueza comovente!
Mas não faço disso uma viscosa venda
que me encha os olhos com o mel da cegueira...
nem me faça crer nessa adocicada lenda
de ter aqui, felicidade verdadeira.
Os espinhos que, certamente, nascerão
não justificam a morte dos beija-flores...
e mesmo que, nos doces jardins, hajam dores
há de prosseguir perfumado este chão...
com o perfume daqueles que cairão
como pétalas dos seus tão frágeis amores.
08-03-2013