FIAPO DE TEMPO
Voz que passa no fiapo do tempo,
surda cai no branco do papel,
rumina sons incompreensíveis.
O vazio perdido no canto,
nesta tarde sobre cadeira azul
em que se balançam vultos
silentes no vai e vem.
Vestem-se de branco,
ensimesmados em pensamentos
que não são de paz.
Engulo seco diante do aviso
de cuidado com as falhas.
Tudo silencia
nesta falta de poesia.
Sangra em mim a lembrança
e escrevo placidamente
sobre o macio dos olhos seus.
Encosto a porta,
entrego tudo a Deus.
07.03.2013
23:30