LETRAS QUE SE PRETENDEM UM POEMA
Na literatura busco minha expressão
Nesta infame dor que meu peito aperta
Que só se restabelece quando se liberta
Quanta Solidão. Quanta Desilusão.
Que quando somadas à Inspiração
Numa’quarela transforma a tela
Que quanto mais intensa sua cor
Mais parece perfeita, mais parece divina
As pulsações impingem ao papel
Uma indelével e eletrocardiográfica obra
Que se pretende Arte
Que de minha vida antes fez parte
E hoje letras errantes se amontoam
Criam vida, encarnecem-se à ponta porosa
Que em lágrimas engrossam a tinta
Que estranho! Mas torna a vida mais saborosa
Oh ciência quase que inexplicável!
Que estuda este amontoado de signos
Quer seja ele arte, quer seja ele loucura
Só sei que em mim desencadeia um imaginário mundo
Num golpe impensado marca a folha
Marca as mãos que emprestam à inspiração
Para conduzir aos ditames do inexplicável
Quanto mais penso! Mais desisto.
Quanto mais vivo,
Mais Resisto à dor que de meu peito não sai
E enalteço a inspiração que ela me traz!
Sou feliz quando escrevo
Sou feliz quando a pena desliza
Sou mais homem quando das palavras escorrem a candura e a singeleza da imensa e inexplicável forma de tentar traduzir a vida em letras de um poema.
Marcio J. de Lima (24/11/2008).