É MENTIRA
Do amor eu fujo feito égua
do chicote...
Meu pulso entra na vida e sente:
O campo passado e engomado
O tempo de cântico e labor...
Nem parece que foi tão
Cortado e amansado pelas mãos
Que hoje me sobram...
Na memória um menino
que só enxerga beleza
Mil vozes me julga
Entretanto, as tardes sobrevivem
Pelas frestas...e eu fico grato
Quando a vida se insinua...
(“só o pouco que você aguenta...”
e eu me consolo, pois parece
isso mesmo...)
Ao labirinto do chão
Eu me perco mais um pouco
È medo, meu cavalo
É medo!
Eu e outros encontros no juntamos
E falamos dos preços
Dos crimes, dos covardes
Que ainda mata...da ingratidão
Que nos deixa doido de raiva.
E o menino quer outro mundo
E não esse
Eu lhe falo outro canto,
Lhe sujo o santo, corto o pescoço
Do santo na sua frente e lhe
Asseguro em finesse:
- il est mort!
E ele dá risada e pega
Na barriga e na mesma
Alegoria responde:
- est un mensonge!