É MENTIRA

Do amor eu fujo feito égua

do chicote...

Meu pulso entra na vida e sente:

O campo passado e engomado

O tempo de cântico e labor...

Nem parece que foi tão

Cortado e amansado pelas mãos

Que hoje me sobram...

Na memória um menino

que só enxerga beleza

Mil vozes me julga

Entretanto, as tardes sobrevivem

Pelas frestas...e eu fico grato

Quando a vida se insinua...

(“só o pouco que você aguenta...”

e eu me consolo, pois parece

isso mesmo...)

Ao labirinto do chão

Eu me perco mais um pouco

È medo, meu cavalo

É medo!

Eu e outros encontros no juntamos

E falamos dos preços

Dos crimes, dos covardes

Que ainda mata...da ingratidão

Que nos deixa doido de raiva.

E o menino quer outro mundo

E não esse

Eu lhe falo outro canto,

Lhe sujo o santo, corto o pescoço

Do santo na sua frente e lhe

Asseguro em finesse:

- il est mort!

E ele dá risada e pega

Na barriga e na mesma

Alegoria responde:

- est un mensonge!

Alex Ferraz Silva
Enviado por Alex Ferraz Silva em 07/03/2013
Reeditado em 07/03/2013
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