Cantiga de um Olhar Campesino

Nos olhares campesinos da senhorita

que sem demora eu me apego e apaixono;

e minhas entranhas se remoem ao abandono

quando de longe eu avisto-a pelos meus sonhos;

queria eu tê-la em meus braços ó minha amiga

pois de pensar em ti meu coração palpita

mas nos teus gestos torna impossível o meu amor

resta o meu coito dilacerando-me de dor.

Nos olhares campesinos eu me perdi

e em sofrimento de amor platônico esmoreci;

agora a campa me esfacelo estatelado

e faço a cama em negro mármore gelado

que acolhe o corpo e deixa a alma assim liberta

e ela voa pelas paragens à sua procura

mas o que encontra já foi passado e não perdura

quando percebo que agora a vida de mim partiu.

Aquele olhar que era outrora tão campesino

somente chora por um amor não revelado

e o meu espírito observa tudo arrependido

de ter guardado o seu amor em egoísmo.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 07/03/2013
Código do texto: T4175507
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