D7 DOR
D7 DOR
Prazeres pequenos na vida.
Atravessar cantarolando a esquina.
Mijar quando está muito apertado.
Um número de tênis bem ajustado.
Mas um dia a nuvem cinza aparece,
Uma vertigem que surge e cresce,
Um xixi que sai ardendo como fogo,
Tento não entrar nesse jogo,
Mas o estomago vai crescendo,
As gotas de suor aparecendo,
Lagrimas a escorrer pela face,
Meu jantar foi salada com alface,
Agora ele esta flutuando na latrina,
Espero ou vou ao hospital tomar morfina?
No desespero sento no chão,
Eu, a cadela e a minha solidão.
Lavo o rosto com a água gelada,
Outra pontada ou seria espadada?
De roupa e tênis entro no chuveiro,
A dor é tanta que só vejo nevoeiro,
Eu molhado, a solidão e a cadela, vamos à sala,
Numa hora dessas queria uma bengala,
A imagem da cena me causa um riso,
Acho que era isso que eu preciso.
Tomo o analgésico sem contar o pingo,
Queria que amanhã fosse domingo.
Deito molhado quieto num canto,
A solidão, a cadela e eu enrolando num manto.
Amanha será outro dia iluminado,
Com certeza estarei sarado...
André Zanarella 06-03-2012