OÁSIS

Concede-me, pois, senhora

a justa medida da paixão

Não la desejo mais que ouro e diamante;

roga-a, senhora,

como uma criança frente à doceria

Acabrunha-me, senhora,

de rubor minha face entope,

posto que não sei, senhora,

os segredos ocultos das almas femininas

E divagando em insonas noites,

tenho como prima dona a Lua companheira

E se já a manhã o sol invade,

ouço o canto dos pássaros

e desposo-me de pensamentos meus alheios

Não cobiças, senhora,

a flor no jardim ainda em broto,

pois, que se água não lhe faltar,

flores sorrirão aos beija-flores convidados

E à dança libidinosa os secretos desejos convida,

quem saberá, senhora,

as razões em pensamentos guardados?

Flor do pântano

Flor jasmim ou outra que seja

Não lo entorpece, senhora,

com olhares maliciosos

o imberbe noviço assombrado

Noites em claro

Noites em pranto

Secretos segredos no coração sangrado

E à carta as sete chaves guardada

saberão em vindouros tempos

e descobrirão, senhora,

que o barco à deriva,

atracou em forrada ilha

de Palmeiras verdejantes