Redemoinho

Como inúmeras serpentes

Numa dança hipnotizante

Misturam-se dentro de mim

De forma eletrizante

Tantos sentimentos diferentes...

Alguns puros, inocentes

Como sorriso de criança

Outros permeados de malícia

Imaginando toque, carícia

Entre desejos ardentes.

Às vezes em água mansa

Outras, nadando contra a corrente,

Meu eu em nuvem se desmancha...

Não sei se é noite ou dia

Nessa confusão tamanha

São tantas gavetas vazias

São tantos armários em desordem

Ah! Se fosse isso simplesmente...

Minhas ideias implodem

Sou lava que queima

Mas também sou chuva fria,

Sou enigma que teima

Em continuar a existir.

Hoje eu não me embriagaria

Nem se bebesse todas as doses

Pois, sem perceber, já atingi

O estado absoluto

Da loucura e da embriaguez.

Minha alma ensandecida

Criou suas próprias leis

E, da maneira mais absurda,

Cheguei à conclusão

Que sou encontro de céu e mar

Horizonte da vida

Que insiste em se derramar

Entre escombros e ruínas

Ao cerrar das cortinas

Descubro, interrogativa

Que um redemoinho me habita.

Ane Rose
Enviado por Ane Rose em 05/03/2013
Código do texto: T4173260
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