Poema de março
Relógios marcam
a espera do quarto gole
da cachaça diária...
Os olhos expostos,
esperam à mesa,
a toalha de linho,
as frutas e o pão...
No silêncio,
os dias bolem impropérios
dentro da boca.
Recolhem
o limite das horas
de esperança
e medo.
A poesia é farta.
Não descarta
a rima na poeira
levada ao vento.
Ébrios, os poetas
retornam à mesa;
resgatam as cartas de amor,
coladas atrás das portas.