Poema de março

Relógios marcam

a espera do quarto gole

da cachaça diária...

Os olhos expostos,

esperam à mesa,

a toalha de linho,

as frutas e o pão...

No silêncio,

os dias bolem impropérios

dentro da boca.

Recolhem

o limite das horas

de esperança

e medo.

A poesia é farta.

Não descarta

a rima na poeira

levada ao vento.

Ébrios, os poetas

retornam à mesa;

resgatam as cartas de amor,

coladas atrás das portas.

Raimundo Lonato
Enviado por Raimundo Lonato em 04/03/2013
Reeditado em 21/03/2013
Código do texto: T4170836
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