O mundo em que morremos

O mundo dos homens

Na verdade

Partiu-se ao meio:

De um lado Balão Murcho

E do outro Balão Cheio

Balão Murcho é um sujeito

Sem graça e sem vida

Eternamente à espera de fazer uma subida

Subir, para ele

O que acalenta no seio

É tornar em algum dia

Poderoso Balão Cheio

Balão Cheio é um senhor que tem ouvidos

Vive estufado

Pelo Balão Murcho

Que sempre fala mais:

Ele pode

Como ele tem poder!

É poderoso demais...

Se o Balão Murcho escapa

Sai um pouquinho de si

Balão Cheio o reprime

E amassa pra retrair

Outro Balão Murcho aprende o medo

O Balão Cheio só ri.

Uns ignoram seu estado

Acham o mundo inteiro muito feio

Odeiam e desprezam Balão Murcho

Odeiam e invejam Balão Cheio

Balão Cheio não muda e não sai do seu lugar

Nem é preciso

Está bem assentado lá

O Balão Murcho já decretou no seu eterno reclamar:

Ele pode

Tem muito poder

É poderoso demais!

Quem com ele poderá?

Yura Acy
Enviado por Yura Acy em 04/03/2013
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