FEITO DE VIDRO

Vê-se no alto do monte

Imponente e inalcançável

Com o peito cheio de ar

E expressão inalterável

Possuidor dos começos

Dos fins e dos meios

Da verdade e dos erros

Sorriso confiante estampado no rosto

Mesmo que por dentro haja desgosto

E nesse pódio se coloca

Numa ilha dentro de si

De certo jeito tosco

Contando histórias inventadas

Equilibrando o frágil posto

Escondendo o jogo que faz consigo

De transparecer uma força que não possui

Armando o forte movediço

Na utopia que se inclui

Mas o vento sempre há de soprar

E nele junto vêm os destroços da vida

Maculando as mentiras na carcaça

Trincando a superfície de vidro

Transformando em dor o que era graça

Desgraça

De joelhos desaba

Sobre as vistas de todos a transparecer

Esgotaram-se os meios de camuflar

O verdadeiro que insistia em se esconder

E mesmo se tudo parecer perfeito

Imprimindo pressão na infelicidade ,

Oculta na vida de luxo,

Sempre existirá fragilidade

Em cada rosto envolto de astúcia

Escondida nas mentes, gritando, gritando

Enquanto banhados de vanglória

Vão desfilando, desfilando...

Deperiret Sonus
Enviado por Deperiret Sonus em 03/03/2013
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