PRESSENTIMENTO
De longe eu pressinto a sua alma
Chorando em soluços, sem calma,
Procurando no vazio o caminho
De quem perdido fugiu do ninho.
Longe pressinto a agonia do coração
Pulsando na noite em grande tensão,
Agarrado ao terror; corpo tremendo,
Um frio medonho, quase morrendo.
De longe pressinto o vagar dos passos
Ouço sensíveis folhas sentindo amassos
Quando ao chão alguém, sem dó, tombou
Sem forças, sem energia e por ali quietou.
De longe pressenti o sofrimento o choro
A minha alma aflita recebe um belo forro;
Saiu voando alegre para uma nova vida
Sem lembrar a triste dor da despedida.
DIONÉA FRAGOSO