sorver

arde, sob o langor aceso, minha alma

morta , outrora clara e viva no bastão

do sol, agora escura e bruta,

singrando o mar, buscando cura;

O véu, já decadente, se firma, por quase

um nada, uma fita, um alfinte, suas pontas

em desalinho faz jura e mostra a face -

"se a deixar pousar" - seu leito será fogo,

o tempo lhe será popa , ternura e bravura

será olhos que choram, e palavras que juram

não lhe oporá barreiras , nem lhe tocará a

névoa, serás da sombra, o descanso

que despreza....e o vento será montanha, e a

energia será tamanha, que o céu tocará a cripta ,

e as pedras te conterão na pele, e as moças

trotarão alegre, largando a coisa antiga

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 03/03/2013
Código do texto: T4169528
Classificação de conteúdo: seguro