O SOL DE RECIFE
O sol de Recife me esquenta o corpo
Nas travessas orientais da cidade me sinto ardendo
em brasa.
Tudo queima, me faz arder,
Mas frio estou...
Os raios não conseguem adentrar
Transpassar o frio de mim.
Caminho entre as pessoas
Entre os apertos das ruas de minha cidade Veneza
E não enxergo nada
Ou enxergo não sei.
Só sei que não me aquece esse calor tropical de Recife
Um iceberg que não derrete: incrível isso
Uma pedra de gelo observa o suor dos trópicos
E não se senti
E não consegue integrar
Uma peça, apenas, que não se encaixa no quebra-cabeça vida
O caminhar nas terras abaixo do Equador...
Recife ferve....corpos se esbarram....eu aqui....só e frio.
Um fantasma caminha nas terras maurícias.
Eu, penas.
O corpo meu transpira e se aquece sim, no entanto não consigo me ver assim
Sou dois eus que caminham estranhos sobre a cidade das pontes
Um corpo dois eus.....
O corpo caminha
O corpo esbarra
O corpo sua
O corpo agilmente se sai
Entretanto fico calado, frio e só
E caminho na cidade do boi voador.