Canto à vida

A confusa história, a polida vida

Não resolve a alma, não destrói o cerne

Cria laços, tece teias, engendram

Quem a cabal resposta daria?

Será o amor, o âmago da farsa

A cria adultera da lida santa

O fruto belo do diabólico desejo

Ou a própria essência exacerbada?

A própria angústia me consome

O querer demais o não poder nunca

Faz-me casto, prisão, angélico!

Quando desejo toda a fantasia.

Nunca no espelho, a esfinge sempre

Olhará meu intimo se descobrindo

E se acontecer é tentação tanta

Que refletirá numa lapide ardósia.

CARLOS MOREIRA
Enviado por CARLOS MOREIRA em 02/03/2013
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