Canto à vida
A confusa história, a polida vida
Não resolve a alma, não destrói o cerne
Cria laços, tece teias, engendram
Quem a cabal resposta daria?
Será o amor, o âmago da farsa
A cria adultera da lida santa
O fruto belo do diabólico desejo
Ou a própria essência exacerbada?
A própria angústia me consome
O querer demais o não poder nunca
Faz-me casto, prisão, angélico!
Quando desejo toda a fantasia.
Nunca no espelho, a esfinge sempre
Olhará meu intimo se descobrindo
E se acontecer é tentação tanta
Que refletirá numa lapide ardósia.