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Eu sinto saudade.

Saudade de quem mora longe, de quem mora perto.

Saudade do tempo em que eu era mais inocente, menos esperto.

Eu sinto vontade.

Vontade de gritar, de pular, de correr.

Vontade de ver o sol nascer.

Eu quero liberdade.

Liberdade pra falar o que penso, pra ouvir música no último volume. Liberdade pra quebrar meus frascos de perfume.

Não tenho medo da verdade.

A verdade nua, crua, horrenda e bela.

A verdade que não vejo mais na telenovela.

Eu me importo com a felicidade.

A minha, a sua.

A felicidade plena, que nos faz cantar no meio da rua.

Eu espero por mudanças.

De atitude, de caráter, de humor.

Mudanças que me façam morrer por amor.

Mas não acredito em minha imaginação.

Não mais fértil, nem tão inventiva.

A imaginação que não foi capaz de mantê-la viva...